quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Programação do Laboratórios dos Livre Saber - dezembro de 2009



Aqui temos a programação do que está rolando no Laboratórios do Livre Saber deste final de 2009. Como se pode perceber pelas atividades propostas, a caretice bem passou distante das mulheres e homens que estudam no PEJA...


16/12 - quarta-feira
  • Performance de músicas e dança: o balé dos átomos na condutibilidade elétrica sob música de Vangelis. - Estudantes do Ensino Médio II (orientação: prof. Danielle Cerri e Wanderson Neto)

  • Trajetórias e interseções num mundo onde todo mundo se descola - narrativas literátias. - Estudantes do Ensino Fundamental II (orientação prof. Karine Bastos)

  • Leitura Dramatizada de "A bolsa amarela", de Lygia Bojunga - Estudantes do Ensino Fundamental II (orientação prof. Marcelo Melo e Karine Bastos)

17/12 - quinta-feira

  • Quando a música canta o trabalho, o que acontece? - performance musical. - Estudantes do Ensino Fundamental II (orientação prof. Rodrigo Lobo)

  • Alguma de Toda a Poesia reunida - poema de Manguinhos e d'além-mangue - Estudantes do Ensino Médio II (orientação prof. Simone Machado)

  • Audição de radioteatro: "Um quadro valioso", esquete de autoria coletiva - Estudantes do Ensino Médio I (orientação prof. Felipe Eugênio)

  • Leitura Dramatizada de "O Solar dos Príncipes", de Marcelino Freire - Estudantes do Ensino Médio I (orientação prof. Cassia Miranda e Marcelo Melo)

18/12 - sexta-feira

  • Culturas Híbridas: o enlace entre o local, o nacional e o mundial - performance musical - Estudantes do Ensino Médio II (orientação prof. Andrea Queiroz)

  • Matemática no cotidiano - juros - Estudantes do Ensino Fundamental II (orientação prof. Wanderson Neto)

  • Confraternização de encerramento do semestre - Festa anos 80 - DJ Coletivo de Estudantes PEJA-Manguinhos - ou mesmo: todo aquele que souber e quiser mexer no som, DJ será.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

LABORATÓRIOS DO LIVRE SABER - 2009 (edição de dezembro)


(Retrovisor, de Shana Reis, é a imagem do nosso cartaz do Laboratórios, em sua segunda edição. Abaixo vai o texto de apresentação também presente no cartaz)

* * *

Na segunda edição de nosso espaço de interações e trucagens epistemológicas – ou Laboratórios do Livre saber, como melhor explicado fica -, o PEJA-Manguinhos tem como mote a fotografia “retrovisor”, de Shana Reis, na qual encontramos inúmeros elementos que, se bem lidos na imagem, coadunam com outras tantas características de nosso trabalho de educação de Jovens e Adultos.
Uma delas, bem observada por Simone Cândida – formada no ensino médio em 2007 e atualmente pesquisadora do PEJA -, é o olhar para o passado como ponto de vista que impulsiona caminhar em frente. No caso do estudante de EJA, este tem como trajetória de vida os percalços de exclusão do sistema escolar, e, por conseguinte, a limitação nas possibilidades de trabalho melhor remunerado, o que se desdobra nas mesmas limitações para conforto de sua família e até mesmo no desenho de sua comunidade, esta formada por pessoas que antes de intervirem em prol de garantia de direitos, por precisarem sobreviver, descartam o mundo da participação política ou da livre expressão como coisa viável. Em territórios como Manguinhos, essas mulheres e homens adormecem e despertam como personagens de segundo plano; no caso, de uma história com roteiro carimbado – cheia de estigmas sobre a inferioridade do favelado, com criminalização da pobreza, violação do corpo diante da insalubridade do medo. O medo é tão causador de doenças quanto poças de esgoto aberto. Não houve PAC para o medo em Manguinhos. Daí, voltando à experiência da “volta à sala de aula”, esse movimento de “olhar para trás” significa ler com clareza como se deu a arquitetura de um mundo desigual. A partir de então, o estudante de EJA é um sujeito com capacidade de articular uma nova paisagem - no mínimo – pela exclusão do que vivenciara, e assim vislumbrar outros caminhos, pavimentar diferentes formas de se relacionar diante do que seja cidadania, do que seja equidade social e econômica, e do que seja dignidade humana. Este último ponto, o da dignidade, é um retorno à fotografia: consideramos o “ir e vir” como uma das marcas da liberdade. Na fotografia de Shana Reis há essa metáfora do seguir-seguindo-sem-amarras. O que virá, a paisagem futura, o horizonte de expectativas, não elimina a oportunidade de se manter sob a vista o ido, o trajeto cumprido; ao contrário, é nessa dialética que seguimos em frente, lidando com a tradição como formadora crítica de cada passo novo. Pegar estrada, perder-se no mundo, deslocar-se sem imposição de ficar ou partir, eis capítulos de uma realidade onde se expressar, manifestar e divergir seja regra de convivência e não ato de subverter a ordem. Uma realidade buscada é ter como ordem o debate aberto, e não a regra arbitrária, coisa ainda tida. Logo, a idéia do “livre” em nosso Laboratórios está presente nos vários planos visuais que “retrovisor” nos oferece – espaços vários como possibilidades de visão e de exploração. Futuro e passado: ambos matéria de manipulação do presente, no qual sujeitos históricos se percebem atuantes da cena desse teatro-pra-valer. Guiar um veículo que sabe onde quer chegar (ainda que sem destino, tendo por desejável a autonomia por qualquer errância de destino), advém do exercício de observar contextos pelo caleidoscópio: ângulos que se desdobram e ressignificam a nossa imagem do todo. Ou, mais simples, para cada guinada do carro, olhar pra trás é preciso – e viver, no caso, sim, também é preciso.

Que venha mais um “Laboratórios do Livre Saber”. Fechemos 2009.

Felipe Eugênio dos Santos Silva
Coordenação Pedagógica PEJA-Manguinhos
REDECCAP – FIOCRUZ – SEE/RJ

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ecomuseu de Manguinhos - das salas do Peja para o Ministério da Cultura




A partir de uma iniciativa das turmas do PEJA-Manguinhos, que elaboravam em 2007 uma atividade que pudesse mapear as histórias das ocupações que deram origem ao Complexo de Manguinhos, em neste ano a Redeccap foi contemplada no Edital Mais Cultura com um “Ponto de Cultura” em Manguinhos. Nele se desenvolverá a tecnologia do Ecomuseu, onde se busca amálgama dos produtores de arte & cultura do território – e também de fora do território – para instaurar (disputar) novos signos no bairro a partir da participação social e da formação de redes de intercâmbio cultural-artístico. O Ponto de Cultura chama-se “N’Ação Manguinhos” no cadastro dos pontos de cultura do Governo do Estado/MINC. No território, chamamos de Ecomuseu de Manguinhos.


Felipe Eugênio


p.s.
provavelmente a Aranha (Spider) de Louise de Bourgeois tem seu quê de PEJA, vide os tentáculos como que se expandindo. Ou seria o inverso?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pandemias e pandemônios


Guernica, de Pablo Picasso

Que as aulas demorassem a começar por conta de uma pandemia, isso é realidade compartilhada por todas as escolas. Não seria diferente com o PEJA-Manguinhos diante da Gripe Suína. Foram algumas semanas de agosto com seguidos comunicados das secretarias de educação e saúde do Estado (e do Município) recomendando - e ora ordenando - o adiamento de aulas. Uma semana findava e quando pensávamos que voltaria tudo ao normal, novo comunicado. Ou ordenação, tanto faz.

De nossa parte, cá no PEJA, costumamos manter certo alerta e reflexão sobre os dias de "impedimento" das aulas. Nem sempre a lebre é gato. Mas no caso da Gripe Suína, nenhuma insubordinação nos passou na cabeça. Ficamos aguardando melhores dias para espirrar em paz. E agosto ia se desfazendo.

Aulas que retornam, trabalhos colocados a mil por hora, as coisas andando e sendo edificadas até que...

Até Outubro: o mês do helicóptero que cai.

(ok, que foi abatido, derrudado, desavoado!)

Como é dispensável ficar aqui repetindo todo o noticiário policial de duas semanas de guerra do tráfico (entre grupos do tráfico) e a polícia, ao menos situamos o lugar do PEJA-Manguinhos nesse contexto. Como moradores apavorados, nossos estudantes ficaram reféns das trincheiras reais que cercavam o território, com a anunciadas invasões daqui e dacolá, com armamento pesado que derruba helicóptero - e que de fato derrubou nessa ocasião - nas mãos de policiais e de traficantes. No meio do caminho não havia pedra alguma, só as pessoas.

Imaginar a distinta resistência de uma pedra para a carne humana diante de bala é, enfim, suspeitar sobre o que seja medo.

Quando as aulas voltaram, não sei dizer se as carnes pararam de tremer. Os estudantes do PEJA, alguns deles seguiram firmes nas suas criações intelectuais. Nesse tipo de episódio a carne de quem estuda no PEJA segue sendo mais vulnerável do que de outros corpos. Do corpo discente, em especial.


Felipe Eugênio

sábado, 7 de novembro de 2009

PEJA, ProEJA e uma primeira colocação no Edital


O Edital da Cooperação Social para o Desenvolvimento Territorializado - CSDT - 01/2009 FIOCRUZ, foi uma seleção pública promovida pela Coordenadoria de Cooperação Social da Presidência para as Unidades da Fiocruz. Sua primeira edição se deu nesse ano.


O PEJA-Manguinhos em 2009, sendo representado pela coordenação pedagógica, participou da construção do PROEJA – EJA com educação técnica profissionalizante – que é uma proposta da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venãncio para o futuro da educação de jovens e adultos. Fora montada uma equipe com professores-pesquisadores da Escola Politécnica, professores-pesquisadores da Fiocruz Mata Atlântica, professores-pesquisadores da Assessoria de Cooperação Social da ENSP e professores-pesquisadores do PEJA-Manguinhos (em tempo: Leonardo Bueno e Felipe Eugênio).

Ao largo da proposta ser elaborada coletivamente, a contribuição do PEJA-Manguinhos se deu na sugestão de uma formação que capacitasse o estudante a ser técnico com capacidades de “transformar aquele território, ou aquele tipo de território, numa perspectiva que considera os conhecimentos de quem experencia as peculiaridades e grandes forças que fazem a favela como ela é, e, aí sim, agregar tais saberes àqueles outros da Academia, que vão da sociologia à estatística, do direito à saúde, da educação aos modelos de gestão da coisa pública e, obviamente, abordagem ao cabedal teórico que considera a luta de classes". Essa formação foi a de Pós Técnico em Gestão Social do Território (ou pós médio, pois isso é uma querela ainda no MEC).

No ademais desse processo, o trabalho coletivo foi o maior legado e nisso, inclusive, deu frutos: por participar do edital de projetos sociais da Cooperação Social da Presidência com a proposta do PROEJA ( o projeto de Educação Profissional em EJA, com a formação para Técnico em Meio Ambiente e pós técnico em Gestão Social do Território) fomos o grupo com o projeto melhor pontuado de toda a seleção pública.

O trabalho de escrita do "Terramata", como chamamos o projeto que construirá com moradores dos territórios Manguinhos e Curicica a proposta de PROEJA territorializado, se deu em mais de dois meses, contando com Luiz Saléh, Leonardo Bueno, Ronaldo Travassos, Paulinho Chinelo, Felipe Eugênio, Julio Silva e Sérgio Ramos.

Liderando a trupe com a estrutura de idéias e redação do projeto PROEJA Terramata: Grácia Maria de Miranda Gondin, professora-pesquisadora da Escola Politécnica (por sinal, instituição proponente).

Já acreditávamos que um dragão de tantas cabeças pensantes só poderia conseguir duas coisas: fundir-se no choque entre tantas cucas ou, vide a capacidade de fluir idéias através de unidade ideológica, formular um projeto deveras estruturante e sedutor. A segunda hipótese se comprovou.

Agora fica o tempo de colocar a mão na massa! E, desta vez, não mais um dragão de sete cabeças; outrossim, umas sessenta cucas entre moradores de Manguinhos e de Curicica.


(e-mail enviado da Coord. Cooperação Social da Presidência aos proponentes do Edital)

Prezados Proponentes, A Coordenadoria de Cooperação Social divulga preliminarmente para os proponentes a lista dos projetos selecionados no Edital da Cooperação Social para o Desenvolvimento Territorializado - CSDT - 01/2009 FIOCRUZ. Foram encaminhados 46 projetos. Desses, 30 foram propostos para o campus Manguinhos e Mata Atlântica; e 16 para serem desenvolvidos em outras áreas geográficas. Entre os projetos apresentados para Manguinhos e Mata Atlântica, dez (10) foram na faixa de até R$150.000,00 e vinte (20) na faixa de até R$ 50.000,00. O Regulamento do processo de análise e seleção dos projetos definiu o método de distribuição aleatória, sorteio dos pareceristas das Unidades da FIOCRUZ e dos projetos identificados pelo número de recebimento, pela unidade proponente e por áreas geográficas e faixas de apoio. Os quesitos considerados para análise dos projetos levaram em conta os criterios descritos no artigo oitavo do edital. A Comissão de Análise e Seleção foi composta por 22 profissionais, sendo onze indicados pelos Diretores de Unidades da FIOCRUZ (ENSP, EPSJV, ICICT, BIO Manguinhos, COC, IOC, DIRAC, CF Mata Atlântica, CTM/FAR, IFF e CPQAM ) e os outros 50% de Instituições externas convidadas (UFRJ-SOLTEC, PUC, SEDH -secretaria especial de direitos humanos da presidência da república -, Banco do Brasil -responsabilidade social-, CEF, VIVA RIO, FASE, CENPES/PETROBRAS -Responsabilidade Sócio Ambiental-, DIREH, DIPLAN E ASFOC). Na primeira reunião da Comissão foram configuradas, através de sorteio, as duplas por faixa orçamentária e área de abrangêngia no Edital. Também foram sorteados os 46 projetos, de modo que cada membro interno recebesse 4 ou 5 projetos. O parecerista de instituição convidada recebeu, também por sorteio, blocos de projetos, totalizando 92 pareceres. Somente na segunda reunião, as duplas se encontraram para pactuarem uma pontuação final para os projetos. Após a leitura da pontuação de cada projeto foi realizado um ranqueamento por faixa, conforme definido no Edital: 6 projetos (2 com valor de financiamento de até R$ 150.000,00 e 4 com valor de financiamento de até R$ 50.000,00) deveriam atender a região de Manguinhos e Mata Atlântica e 10 com valor de financiamento de até R$50.000,00 para as demais áreas do país. Em anexo tabela contendo os resultados da análise e seleção de projetos. Nos colocamos a disposição para esclarecimentos que se façam necessários. Coordenadoria de Cooperação Social Presidência FIOCRUZ


Felipe Eugênio

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

quando uma Semana Nacional de Ciência e Tecnologia acontece dentro da favela


Quem passar os olhos na programação nacional do evento de ciência e tecnologia, lá encontrará Manguinhos, Vila Turismo, como referência. É uma ocasião especial: dentro da favela acontecem atividades do evento. Claro que na lista há algumas escolas públicas que são partícipes da Semana C&T, mas, no caso do PEJA-Manguinhos, podemos dizer que é o único espaço de fato "dentro" da favela, não no entorno de.

Através da coordenação de cooperação entre a Redeccap e a Fiocruz, feita por André Dantas, da vice-direção do Politécnico, foi feito com o PEJA-Manguinhos uma roda de debates e uma experiência de cineclube tendo por temática a dengue.

Educação de Jovens e Adultos: desafios do mundo do trabalho e de um mundo a ser trabalhado

Instituição: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – EPSJV

Tipo: Mesa redondaPúblico alvo: Estudantes do ensino médioLocal: (Rede CCAP) Rua Dr. Luís Gregório de Sá, 45 - ManguinhosInscrições: Não

Informações: A mesa de debate será composta pelos seguintes convidados: Anakeila B. Stauffer (EPSJV/Fiocruz), Felipe Eugênio (Pólo 1 - PEJA/Manguinhos) e Miguel Farah Neto (UNIRIO). A elaboração e montagem deste evento contou é de responsabilidade do PEJA-Manguinhos e da EPSJV. Contou ainda com a colaboração da Rede CCAP, do Espaço Casa Viva e do Escritório Técnico Multiprofissional (ETM/APS/ENSP/Fiocruz).

Datas/Horários:
20/10 de 18:30h a 21:30h

Educação e Ciência: da Revolta da Vacina ao Programa de Controle da Dengue em Manguinhos (PCDM)

Instituição: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – EPSJV

Tipo: Exibição de vídeos e filmes

Público alvo: ComunidadesLocal: (Rede CCAP) Rua Dr. Luís Gregório de Sá, 45 - Vila Turismo/ManguinhosInscrições: Não

Informações: Após exibição do filme "Mundo macro e micro do mosquito aedes aegypti: para combatê-lo é preciso conhecê-lo", haverá um debate, para o qual se comporá uma mesa com os seguintes convidados: Genilton Vieira (IOC/Fiocruz) - autor do filme, Daniele Cerri (IOC/Fiocruz) e Marcela Sanchez (Museu da Vida/COC/Fiocruz). A elaboração e montagem desta atividade contou com a colaboração do PEJA-Manguinhos, do PCDM, do Espaço Casa Viva, da Rede CCAP e do Escritório Técnico Multiprofissional (ETM/APS/ENSP/Fiocruz).

Datas/Horários:
16/10 de 18:30h a 21:30h


A “Roda de Conversa: Educação de Jovens e Adultos e os desafios do mundo do trabalho - e de um mundo a ser trabalhado” teve como debatedores Anakeila Stauffer (EPSJV-Fiocruz), Miguel Farah (UFF) e Felipe Eugênio (PEJA-Manguinhos), onde debateu-se com as turmas do PEJA sobre as possibilidades do PROEJA no cenário da educação de Jovens e Adultos, além de outros pontos pertinentes ao campo da educação crítica-emancipatória.

Na mesma Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, fora montado o cineclube chamado “Educação e Ciência: da Revolta da Vacina ao PCDM - paralelos sobre mobilização popular”. O filme exibido foi “O mundo Macro e Micro do Mosquito Aedes aegypti : Para combatê-lo é preciso conhecê-lo” de Genilton Vieira (IOC/FIOCRUZ), seguido de debate com o diretor, além de Daniele Cerri (IOC/FIOCRUZ - Professora de Biologia do PEJA-Manguinhos) e Marcela Sanchez (Museu da Vida – FIOCRUZ). No debate, foram feitas apreciações sobre como se davam campanhas de saúde pública no início do século passado (Revolta da vacina) e como hoje tais movimentos passam pelo movimento social, embora o Estado não tenha perdido sua função de induzir e gerenciar políticas públicas. Os estudantes gostaram muito dos filmes e da análise panorâmica que as duas professoras (Daniele Cerri e Marcela Sanchez) deram sobre a Saúde na sociedade brasileira ao largo de mais de cem anos.

O detalhe fica por conta do horário. Sim, basta conferir acima. É o mesmo horário no qual estudam os moradores de Manguinhos no PEJA. E também é aquele horário no qual não-moradores de favela declaram seus pavores para entrar dentro das comunidades. Neste período do dia considerado "delicado", foi quando se promoveu debates sobre educação, sobre saúde e sobre soluções que podemos chamar de tecnologias sociais para que os estigmas e as condições sub-dignas vividas por boa parte da população mais pobre sejam superados. No caso, extirpados.

Felipe Eugênio

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

nova direção da Escola Politécnica e o PEJA: parceria na educação pela luta contra iniquidades do capitalismo



A parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, que é a unidade da FIOCRUZ responsável pela coordenação pedagógica dos dois pólos do PEJA (Manguinhos e pólo II), se intensificou. Com a nova direção do “Poli”, composta por Isabel Brasil e, na vice-direção de ensino, Márcia Valéria, o PEJA-Manguinhos agora tende a galgar novos aprendizados - a escola federal é referência em qualidade de ensino, o que, diferente da médias das escolas, não é baseando-se em indicadores da educação privatista que ela galga boa colocação entre outras. A politecnia, de matriz conceitual marxista e gramnisciana, é marca no currículo da escola e no seu reconhecimento como instituição que deve contribuir para transformação do mundo tal qual configurado.
A coordenação do PEJA nesse ano teve algumas reuniões com a diretoria da escola e, além de discussões sobre o futuro do programa de educação de jovens e adultos, onde houve consenso da manutenção do convênio da EJA com o Poli, pois ficou reconhecido como estratégico no campo da Promoção da Saúde em Manguinhos a tecnologia pedagógica marcada por metodologias de estímulo à autonomia política dos sujeitos. E isso, experimentado pelo PEJA, vindo a ser replicável em outros territórios de exceção, coaduna com os anseios institucionais da EPSJV. De modo mais pontual acordou-se a participação do PEJA-Manguinhos na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que desta vez, sob auxílio da Escola Politécnica, acontecerá dentro do território de Manguinhos. Uma ação inédita.
A aproximação da atual direção da EPSJV para com o movimento social (reconhecendo que o PEJA-Manguinhos como tal) evidencia uma leitura da missão institucional da Fiocruz de maneira verdadeiramente comprometida com superação das iniquidades (sociais, econômicas, políticas) que assolam a classe trabalhadora. Saúde - e isso aprendemos em reuniões com Isabel Brasil - também é cidadania ativa e ação interventora do povo sobre desígnios de suas próprias vidas - e do país.


Felipe Eugênio

domingo, 25 de outubro de 2009

Laboratórios do Livre Saber - afinal de contas


instalação: Art Eggcident’ – Henk Hofstra

O Laboratórios do Livre Saber não apenas se enquadra como um elemento da estrutura do PEJA-Manguinhos para difusão das atividades finais de semestre, onde é mais que esperada a presença de pessoas que lá não estudam, o que inclui familiares de estudantes e moradores variados, também é o Laboratórios uma tecnologia pedagógica.
Ficando aqui registrado que o reconhecemos como excelente ferramenta de difusão de nossas atividades e metodologia (com a vinda de convidados não apenas para assistir, mas também para participarem das atividades diretamente), como reconhecemos o Laboratórios do Livre Saber pelo seu aspecto mais implosivo de uma estrutura curricular meramente conteudista e de reproduções dos saberes canonizados. É exatamente uma semana de arte, cultura e tecnologia a partir dos saberes trocados nas disciplinas daquele semestre. A idéia da “arte e da cultura”, está na abordagem que faz tema por vezes áridos se tornarem “sedutores” a quem vê. O formato é de espetáculo. Os protagonistas e roteiristas dos Laboratórios: os estudantes do PEJA.

Que venha o próximo Laboratórios do Livre Saber!



Felipe Eugênio